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    • 17, August - 2018
    • 09:00
    • Qualificação de Doutorado
    • Título
    • Conhecimentos, atitudes e práticas sexuais no contexto da epidemia do HIV/aids: uma abordagem da Ciência da Informação.
    • Aluno
    • Flávia Moreno Alves de Souza
    • Orientador
    • Ivette Kafure Muñoz
    • RESUMO
    • Qualificação de Doutorado

      Aluno(a): Flávia Moreno Alves de Souza

      Título: Conhecimentos, atitudes e práticas sexuais no contexto da epidemia do HIV/aids: uma abordagem da Ciência da Informação.

      Data: 17/08/2018

      Horário: 9h

      Composição da Banca:

      Presidente: Ivette Kafure Muñoz

      Membro Titular Externo ao PPGCINF: Cristina de Albuquerque Possas

      Membro Titular: Murilo Bastos da Cunha

      Membro Suplente: Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque

      Resumo: Discute a relevância da informação de saúde na adoção de práticas sexuais mais seguras preventivas à exposição ao Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV. Discorre sobre os fatores associados que impactam na prática informacional de prevenção. Objetiva investigar o nível de conhecimento, as atitudes e as práticas sexuais no contexto da epidemia do HIV e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - aids. Trata-se de pesquisa descritiva, aplicada, de abordagem quantitativa-qualitativa, cujo método utiliza o survey. A análise dos dados aponta que a população investigada não se mostra totalmente informada sobre as estratégias de Prevenção Combinada disponíveis no Sistema Único de Saúde - SUS. Avalia-se que 45,3% dos sujeitos da pesquisa têm conhecimento sobre a Profilaxia Pré-exposição - PrEP e 51,3% da Profilaxia Pós-Exposição - PEP, e tão somente 41,1% concordam que esta poderia protegê-los do HIV; 93,4% afirmaram desconhecer a circuncisão como método de prevenção ao HIV/aids. O dessaber a respeito do autoteste foi de 90,3%; e sobre o teste por fluido oral, de 69,3%; sendo que 59,2% da amostra se testou para o HIV ao menos uma vez na vida. Em relação às práticas sexuais, 31,5% dos indivíduos declararam nunca usar preservativo; o uso frequente do preservativo foi declarado por apenas 22% dos entrevistados, porém entre as mulheres esta proporção foi ainda menor: 15,6%, apontando a vulnerabilidade de gênero na adoção de práticas sexuais mais protetoras, o que se reflete no aumento da prevalência do HIV nesta população. Do total de indivíduos que adotam o preservativo, tem-se que a principal motivação centraliza-se no uso deste como método contraceptivo e não como estratégia de prevenção e autocuidado. Chama atenção a pouca percepção do risco de adquirir o HIV/aids por parte dos entrevistados, em contraponto, à baixa frequência do uso do preservativo. Os principais fatores socioculturais associados ao não uso do preservativo são: a ressignificação social do impacto do HIV/aids; o diagnóstico do HIV não é mais sinônimo de morte minimizando o temor da doença; há pouca preocupação na população investigada com a infecção pelo HIV/aids, por considerá-la uma doença crônica que tem tratamento; o acesso universal gratuito da Terapia Antirretroviral - TARV; a ampliação do diagnóstico do HIV; o aumento da sobrevida de pacientes diagnosticados com aids e o fortalecimento dos direitos humanos das Pessoas vivendo com HIV - PVHIV, também, presentes nos discursos dos entrevistados. Ademais, há uma construção histórico-sociocultural na qual o HIV/aids é percebido como uma doença do outro e não de todos, o que desencadeia mecanismos de negação, afastamento e deslocamentos do risco percebido em relação ao HIV. As principais fontes de informação sobre o HIV/aids são amigos 76,5%; televisão 76,5%; serviços de saúde pública 74,9%; internet 67,5%; 91,7% dos homens escolheram os amigos como maior fonte desejada de informações, em comparação a 61,3% das mulheres, indicando a reprodução sociológica-antropológica de que o comportamento informacional é percebido dentro do ambiente social e na interação de comunidades nas quais transmissões de informação acontecem e de que o relacionamento interpessoal desempenha relevante papel na aquisição de informação em saúde sexual. Conclui-se que é mister disponibilizar de informações com valor agregado que atendam às necessidades informacionais do usuário e satisfaçam as suas expectativas, posto que revelam que a produção de sentido possui caráter social e coletivo, produto de uma cultura compartilhada, construtos sociais; os sujeitos categorizam e processam informações em diferentes contextos. Observa-se, então, uma perspectiva mais socializante, na qual a informação só tem sentido quando integrada ao contexto social do indivíduo. É relevante amplificar os mecanismos de informação e os espaços de trocas informacionais, a fim de ampliar o alcance das mensagens de prevenção que contemplem a totalidade das estratégias que compõem a Prevenção Combinada do HIV/aids, como também se faz necessário aprimorar estratégias inovadoras de comunicação, por meio de múltiplas linguagens que se relacionem com a diversidade de expressões e que considerem a vulnerabilidade social, econômica e política como mais um componente na resposta brasileira de enfrentamento do HIV/aids. Palavras-chave: HIV/aids. Preservativo. Prevenção Combinada. Gestão de risco. Informação em Saúde. Conhecimento.